5 filmes para entender mais sobre o espectro autista

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Nos anos 1980, um filme ficou muito famoso ao ganhar uma série de prêmios. Com ele, um estigma em torno do espectro autista ganhou força. Era a história de Raymond, também conhecido como “Rain Man”, um homem adulto que vivia recluso. Mas, ao sair em uma viagem com seu irmão, revela uma habilidade impressionante com contas matemáticas e começa a ser visto como um grande jogador de cartas.

Muita coisa mudou nestes 45 anos que se passaram desde que Dustin Hoffman ganhou o Oscar de melhor ator por sua performance no filme. Aliás, ele ainda ganhou mais três estatuetas douradas. Recentemente, mais pessoas têm sido diagnosticadas no espectro autista. Em gerações anteriores, era possível passar a vida toda sem receber esse diagnóstico. Isso porque o autismo é uma condição que pode ocorrer em diversos níveis – por isso, usamos a expressão “espectro autista”.

Os sinais de alerta para o TEA podem começar a se manifestar já aos 2 ou 3 anos, e a prevalência é maior nós meninos. Um dos motivos para isso, como apontam alguns estudos, é que mulheres conseguem mimetizar melhor o desenvolvimento social e de aprendizagem, parecendo estar “dentro do padrão” ou até que essas características são apenas uma “questão comportamental”.

Mas, graças à maior atenção e cuidado com o desenvolvimento infantil e ao debate sobre acessibilidade, esse cenário está mudando. Hoje é bem mais comum que nossas crianças possam receber o tratamento adequado e os cuidados de que precisam, em busca de uma vida saudável e com menos dificuldades.

Para quem busca entender mais sobre o assunto, indicamos 5 filmes que trazem as pessoas do espectro autista para o centro da discussão. Então, vamos lá?

Tudo que quero

Wendy é uma garota de 21 anos que, embora enfrente dificuldades em compreender e habitar no mundo, é extremamente brilhante e criativa. Ela escreve roteiros de fantasia e passa o tempo livre reassistindo ao seu programa preferido, Star Trek.

Um dia, ela descobre um concurso para escrever um roteiro para a série e precisa enfrentar seus medos e limitações para conseguir, enfim, realizar seu sonho e chegar mais perto do universo de Spock.

Longe da árvore

Como é possível que nasçamos tão diferentes de nossos familiares? Baseado no livro do reconhecido escritor Andrew Solomon, Longe da árvore é um documentário que acompanha a vida de algumas pessoas que, de alguma forma, desviam da norma de suas famílias.

Solomon começou sua pesquisa após a rejeição de seus pais quando ele se revelou gay. Ele queria entender como era para famílias e para as próprias pessoas que, de alguma forma, destoavam do esperado pelos laços sanguíneos, alguns com síndromes, problemas de saúde ou apenas fora do padrão ensinado desde a infância.

Adam

Pessoas no espectro autista também podem se apaixonar: essa é a premissa do filme de 2009 que fala da relação entre Adam e Beth. Os dois se conhecem quando Beth passa a morar no prédio de Adam, e ele, que sempre foi muito fechado e nunca conseguiu se conectar com outras pessoas, começa a se abrir para ela.

A moça, no entanto, precisa compreender que, para se relacionar com esse homem, vai precisar entender o tempo dele e que nem tudo será tão simples quanto ela imaginava. Pode esse amor superar os obstáculos?

Ensinando a viver

David Gordon é um homem que vive sozinho e, querendo realizar o sonho de ser pai, decide adotar o pequeno Dennis, que acredita em algo incomum: o menino tem certeza absoluta de que é um marciano.

Com manias curiosas e medos imprevisíveis, é difícil para o Gordon conseguir transformar a vida de ambos em um cenário tranquilo. Mas tudo começa a mudar quando ele também começa a desconfiar de que não adotou um terráqueo.

Inspirado na história real, que também se tornou livro, de David Gerold, Ensinando a viver vai derreter seu coração e te fazer começar a questionar, de uma vez por todas, o que é “normal”.

Em um mundo interior

Assim como Longe da árvore, Em um mundo interior é um documentário que acompanha a história de diversas pessoas, mas, neste caso, todas dentro do espectro autista.

O essencial desse filme é entender a amplitude dessa condição, que não tem duas ou três formas de se manifestar. Portanto, precisa ainda de muita evolução, considerando todo o estigma que essas quebras de padrão trazem.

Na maior parte dos filmes de ficção, por exemplo, pessoas dentro espectro autista são retratadas como gênios das exatas, com questões de sociabilidade. De fato, para essas pessoas, é mais difícil estabelecer conexões com os outros, mas isso não quer dizer que sempre se manifeste dessa forma.

Dicas bônus!

Série: Tudo bem não ser normal

A comédia dramática sul-coreana chamou muita atenção desde que estreou, traz o espectro autista para o debate e é sucesso entre os fãs até hoje.

Com apenas uma temporada, a série traz o triângulo amoroso entre três pessoas com dificuldades específicas de socialização. É interessante notar o desenvolvimento das personagens, dando mais característica do que apenas resumir cada um ao seu transtorno.

Série: Atypical

Sucesso da Netflix, essa série traz a história de Sam, um garoto no espectro autista em sua busca por independência no mundo jovem. Arrumar uma namorada, ir para a faculdade, fazer novos amigos… todos sofremos com os mesmos dilemas, certo? Inclusive Sam!

Além de mostrar a visão do personagem, a série apresenta as reações de familiares próximos a cada conquista do garoto e, com isso, causa muitas reflexões em todos nós.

Antes de finalizarmos, é importante dizer que nem todos que são diagnosticados com o espectro autista apresentam as mesmas características. Filmes em geral costumam retratá-los como muito bons em matemática ou muito talentosos, mas com dificuldade em socialização. Entretanto, isso não é uma regra.

Então, pensando nisso, além de filmes e séries, trouxemos também documentários para a discussão sobre espectro autista. É uma forma de mostrar para as famílias que a realidade que vivem – por mais difícil que seja – também pode ser encontradas em outras casas e que elas não estão sozinhas.

Esperamos que tenha gostado das dicas e, para finalizar, convidamos você a ler mais dois textos do blog, agora sobre diversidade! Você pode acessá-los aqui e aqui.

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