Escola americana e brasileira: descubra as principais diferenças
Já pensou em ter aulas de fotografia, música, economia e culinária na escola? A estrutura curricular dos high schools norte-americanos é bem diferente do que conhecemos pelo nosso Ensino Médio. Então, se você está pensando em estudar nos Estados Unidos, é importante saber que uma escola de lá não é exatamente como aqui no Brasil.
Para estar mais preparado para essa aventura, confira as principais diferenças entre uma escola americana e uma brasileira. Vamos lá?
Foco no vestibular
No Brasil, o Ensino Médio prepara os alunos para o vestibular ou para o ENEM, para que entrem nas universidades. Em algumas faculdades, as notas em cada disciplina têm pesos diferentes dependendo do curso, e as segundas fases dos processos seletivos costumam ter matérias específicas. Mas, ainda assim, na escola, mesmo que você queira cursar Arquitetura, por exemplo, vai precisar estudar física como seu colega que quer cursar Engenharia Elétrica.
Já nos high schools, o esquema é um pouco diferente. Só existem três matérias obrigatórias: matemática, inglês e história. As outras disciplinas são escolhidas pelos alunos de acordo com seus interesses e isso ajuda não só na trajetória de escolher o curso de graduação, mas também pode render pontos a mais para entrar na universidade.
É importante destacar também que o próprio ensino superior nos Estados Unidos é bem diferente do brasileiro. Por lá, você deve escolher um major – que seria o equivalente ao curso de graduação – e pode ter um minor – que seria um estudo complementar. Além disso, você pode transitar por vários cursos ao longo da graduação. Mas, para explicar exatamente como funciona e as diferenças entre os dois sistemas, precisaríamos de um texto só para isso. Então, deixo aqui uma indicação complementar caso você esteja interessado!
Crédito acadêmico
A escola americana tem um sistema de pontos um pouco parecido com algumas universidades brasileiras: é preciso cursar determinada quantidade de créditos para conseguir se formar em cada série – aliás, diferentemente do Brasil, em que são três anos de Ensino Médio, o high school é composto de quatro séries, que começa no equivalente ao nosso 9º ano.
Esses créditos são alcançados por meio das matérias eletivas e atividades extracurriculares, como esportes ou artes. Aliás, esse também pode ser um grande diferencial para escolher seu curso de graduação, uma vez que as universidades dão bolsas para alunos que são destaque nessas áreas.
Pontuação
E por falar em créditos, as notas nas escolas dos Estados Unidos não vão de 0 a 100 ou 0 a 10, como no Brasil. Por lá, a pontuação se dá por letras, que vão de A+, como nota máxima, até F, a nota mínima.
Então, se pudéssemos fazer alguma equivalência, seria algo como:
A+, A ou A- = 9 ou 10
B+, B ou B- = 9 ou 8
C+, C ou C- = 8 ou 7
D+, D ou D- = 7 ou 6
F = menor que 6 (abaixo da média)
Nível de aprendizado
É importante que as instituições entendam que nem todos os alunos da mesma série estão no mesmo nível de aprendizado. Então, a escola americana, prevendo isso, elabora uma divisão das matérias do high school de acordo com as necessidades dos alunos.
O CP (College Prep) é o nível mais leve; o Honors, o intermediário; e o AP (Advanced Placement), o mais avançado. Em algumas escolas, pode haver um número maior de opções de APs, já que é o nível que pode direcionar mais alunos para um curso desejado na faculdade.
Flexibilidade
Olhando para tudo isso, percebemos que o sistema de ensino americano é bem mais flexível do que o brasileiro. O foco da escola americana é formar o aluno para a vida, e não somente para fazer um curso superior. Isso porque, diferentemente do Brasil, que tem grandes ofertas de universidades públicas, as faculdades americanas são pagas e nem todas as famílias têm condição de arcar com as altas mensalidades.
Mas não se engane pensando que, por ser mais flexível, uma escola nos Estados Unidos é mais tranquila. Uma diferença essencial entre as escolas dos dois países é que os alunos americanos estudam normalmente em período integral, ou seja, de manhã e de tarde.
Calendário escolar
Outra diferença fundamental entre uma escola americana e uma brasileira é a organização dos meses letivos. No Brasil, as aulas começam em fevereiro, no verão; por lá, o início é em setembro, outono deles.
Além disso, existem algumas pausas nos Estados Unidos que não acontecem no nosso sistema de ensino. Como as aulas começam mais para o fim do ano, eles fazem uma pausa no final de novembro para o Thanksgiving (o Dia de Ação de Graças) e também no fim de dezembro, para as festas de fim de ano, o que pode levar de uma a três semanas. Um outro período de pausa é o spring break, as férias de primavera.
Nas escolas brasileiras, além da pausa entre dezembro e janeiro, as férias acontecem em julho.
Vou perder um ano letivo brasileiro estudando em uma escola americana?
Não! Se você pensa em estudar um ano nos Estados Unidos e voltar para terminar seu Ensino Médio ou se candidatar a uma faculdade no Brasil, basta fazer a equivalência do ano em sua escola. Atenção: isso não quer dizer que você vai passar esse ano “de férias”, hein? É preciso comprovar um bom rendimento durante o período para que ele seja considerado válido por aqui.
E aí, essas diferenças te incentivaram a estudar fora do país ou achou melhor continuar no Brasil?
Mas, antes de tomar qualquer decisão, além de discutir com sua família sobre qual é a melhor opção para você, é legal conversar com a escola também. Ela pode orientar melhor sobre os trâmites legais para fazer a sua matrícula, além auxiliar em todas as dúvidas restantes.
Você também precisa estar preparado para essa mudança, então não deixe de conferir um outro texto que temos aqui no blog!
Não se esqueça de contar nos comentários qual escolha você fez. E, se decidir por estudar fora do país, compartilhe conosco suas experiências.
Bons estudos!